O crescimento do "Faça você mesmo"
- EMAGINE
- 12 de fev.
- 3 min de leitura
Se você trabalha com alguma área de criação ou gestão, já deve ter ouvido frases como: “Dá para fazer no Canva?”, “Edito rápido no CapCut”, “O ChatGPT pode fazer isso agora”, entre muitas outras. E isso se torna cada vez mais comum nos dias atuais.

A tecnologia e o acesso rápido a muitas ferramentas trouxeram novas formas de trabalhar e vamos entender melhor como isto afetou o mercado. Alguns anos atrás, desenvolver material gráfico, design, vídeos, escrita, roteiros, edição e gestão era algo realizado apenas por pessoas com algum estudo dentro dessas áreas e/ou que possuíam conhecimento vasto sobre o assunto. Além disso, não podemos esquecer a necessidade de tempo livre e um computador potente. Agora, com o avanço da internet e dos smartphones mais modernos, entramos em uma nova era: a era do “Faça você mesmo!”.
Todas essas ferramentas, que antes necessitavam de computadores potentes, horas de trabalho e desenvolvimento, foram compactadas em aplicativos simples, rápidos e eficientes, gerando um salto imenso na produção de conteúdos.
Os primeiros que chamaram a atenção do público foram os editores online, um com capacidade de criar qualquer formato gráfico e outro com edição de vídeo rápida e prática. Apesar de terem gerado certo preconceito dentro do meio criativo, não podemos negar o quão avançados estamos. Essas empresas sabem disso e investem cada vez mais, ao ponto das gigantes dessas
áreas se adaptarem a este novo padrão de desenvolvimento. A Adobe, por exemplo, desenvolveu seu próprio "Canva" para competir nesse mercado online, mesmo enfrentando dificuldades iniciais como pouco conteúdo disponível e apenas acesso pela internet, sem um aplicativo na loja. Outros editores de vídeo para desktop também foram lançados para competir com os programas pagos, instaurando uma nova era de escolhas para criadores.
É claro que “fazer” e “saber fazer” são coisas bem diferentes. Mesmo quem utiliza essas ferramentas precisa saber o que está fazendo para criar algo de qualidade: cortes certos e efeitos visuais para vídeos, harmonia de imagens e cores para designs, e assim por diante. Podemos ver

muitas coisas desenvolvidas nesses aplicativos sendo usadas no cotidiano, como cartazes, logotipos de empresas, vídeos para redes sociais e, principalmente, projetos escolares, como slides. Também há uma crescente no número de pessoas ensinando como usar essas ferramentas de forma eficaz.
Mas por que o “Faça você mesmo”? Bom, nessa área, contratar empresas e profissionais para criar e desenvolver peças ainda é o caminho mais "correto e certeiro" quando se pensa em qualidade e estratégia. Mas, se você quiser apenas fazer uma colagem de fotos ou um convite para a escola do seu filho?
O Canva trouxe essa resposta, com o desenvolvimento de templates e itens que você pode simplesmente arrastar para a tela e modificar, sem a necessidade de criar algo do zero. Isso gerou um boom na criação: em vez de contratar alguém para pequenos projetos, você mesmo pode criar na palma da mão.
E sobre as consequências? Vamos observar sob dois pontos de vista. Para quem não quer investir em profissionais, ter acesso a essas ferramentas é extremamente conveniente. Contudo, é importante lembrar que são apenas ferramentas. Assim como Photoshop, Illustrator, CorelDRAW, Figma, InDesign, Premiere, Sony Vegas, Cinema4D, entre outros, o Canva, ChatGPT e CapCut são ferramentas que exigem habilidade para que projetos incríveis sejam realizados. Porém, nenhuma delas entrega algo 100% personalizado ou totalmente a seu gosto. No caso do Canva, por exemplo, mesmo com várias opções de customização e a possibilidade de criar algo do zero, há limitações criativas, e em alguns casos, a necessidade de comprar um plano mensal para ter acesso a ferramentas e funções que em outros programas, vem como padrão.
Agora, para os profissionais, essas ferramentas não representam competição, mas sim mais uma adição à sua caixa de ferramentas. É essencial aprender a usar o que está em alta. Se negarmos essas novas opções, corremos o risco de ficar para trás, já que as ferramentas antigas se adaptam às novas demandas, como a Adobe, que adicionou IA aos seus produtos e criou versões de seus programas para dispositivos móveis, como o Photoshop Lightroom.
Por fim, tudo exige equilíbrio. Pessoas e empresas que buscam projetos mais complexos e bem elaborados vão procurar profissionais da área, que possuem estudo e pesquisa por trás de seu trabalho. Já quem procura simplicidade e praticidade também tem opções acessíveis e gratuitas para desenvolver suas ideias.
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